Uma letra de música bastante conhecida diz: “Quem nunca sonhou ser um jogador de futebol”? Foram os ingleses que trouxeram a arte de jogar bola para o Brasil. Inicialmente algumas pessoas acharam que esse projeto esportivo não daria certo. Pensaram erradamente, pois essa mania pegou e ninguém consegue mais viver sem uma partida de futebol.
O início realmente foi um tanto difícil em alguns aspectos. Existia um forte preconceito com o jogador de futebol. Namorar um craque da bola era carregar uma cruz. A profissão de jogador não era bem vista, achavam que não tinha futuro. Quem passou por essa situação vexatória sabe do que estou falando. As pessoas olhavam com ar de censura, só o amor superava dificuldades e encontravam forças para resistirem tamanha discriminação. Contudo, aquele tempo de incompreensão e deboche passou.
Hoje, quem não quer que sua filha namore ou case com um jogador promissor? Uma profissão que era objeto de escárnio passou a ser nos dias atuais a mais cobiçada e atraente. Qual a criança que não deseja ser um grande jogador de futebol? Sem dúvida, é o sonho de consumo dos pais. Ser um astro da bola é uma das maiores realizações de um garotinho. Esse desejo de conquista é tão forte que ultrapassa os próprios interesses pelos estudos. Ademais, astros da bola como Pelé, Zico, Romário, Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho Gaúcho, Roberto Dinamite, Bebeto, Maradona, Kaká, Zidane, Júnior, Adílio, Rivaldo, Messi, Neymar e tantos outros que fizeram e fazem histórias, inspiraram uma geração de craques com a magia e sutileza do seu futebol arte.
Vejam que ironia: uma cidade do interior da Bahia, conhecida especificamente por Juazeiro, nome que deriva de uma árvore, revelou atualmente três jogadores, dois a nível nacional e o outro a nível mundial, na Europa. O jovem Petros joga no Corinthians, Nixon no Flamengo e o Daniel Alves no Barcelona. Mas, por que será que Juazeiro da Bahia se destaca em revelar craques e a cidade de Petrolina, apenas separadas por uma ponte, praticamente fica no anonimato? Será que é por que não gostam de futebol? Claro que não é isso, tanto é que tínhamos dois representantes nossos no campeonato pernambucano e, num abrir e piscar de olhos as equipes sumiram.
Cadê os jogadores de Petrolina? Acredito que nessa cidade também existem craques que precisam de uma oportunidade ou que, as oportunidades bateram à porta, porém, foram desperdiçadas. Particularmente, conheci alguns que tiveram o privilégio, mas infelizmente não tiveram a ousadia e coragem de levar adiante o sonho. O Nixon teve mais do que tudo, a força e a inspiração do pai. Cá para nós, o pai dele sabia fazer gols. Tal pai tal o filho. Esse jovem talentoso foi um dos destaques da situação do Flamengo do Brasileiro desse ano (2014). Ele foi peça importante nos momentos difíceis e fez belos gols que ajudaram os rubro-negros a saírem da confusão, como se expressa Vanderlei Luxemburgo, técnico do Clube da Gávea, ao tratar do assunto da Zona de rebaixamento. Conclusivamente, a renovação do contrato do dele por mais quatro anos, foi graças ao seu desempenho e brilhante atuação nesse ano em curso.
Quanto ao Petros, sempre elogiado quando estava em campo e dava um show, foi importante e decisivo ajudando o Corinthians na evolução do brasileirão. A história do Daniel Alves daria para escrever um livro. Como um molequinho que corria nas terras do chão vermelho lá no salitre, interior do interior, foi brilhar entre os grandes do futebol mundial? Tem coisas que só Deus tem uma explicação. Tive a grata satisfação de conversar com o senhor Domingos, pai do craque e a senhora Lúcia, a mãe. Ela nos emocionou contando do sonho desse menino, desde a tenra idade. Estiveram comigo nessa entrevista Donna Bowater, correspondente inglesa e o fotógrafo dela. Realmente um dia inesquecível para mim. Posteriormente, escrevi um artigo com o tema “quem é Daniel Alves” e foi veiculado em vários blogs da nossa região.
Agora os três jogadores fazem juntos um gol de placa: o futebol solidário no dia 26 de dezembro, com objetivo de arrecadar recursos para pessoas carentes. Parabenizo pela grandeza dessa atitude, creio que é a melhor forma de agradecer a Deus pela realização de cada um na sua vida profissional. Seria interessante que os três juntos criassem uma escolinha de futebol em Juazeiro, um grande projeto de inclusão social a fim de revelar pequenos talentos que estão por ai esperando por esse almejado sonho e oportunidade. Porque era o meu maior sonho jogar no Flamengo e não pude realizá-lo. Assim como Daniel, Nixon e Petros muito em breve conseguirão projeção internacional através do profissionalismo e atuações em seus clubes. Que Deus abençoe os três jovens mais e mais em seus anseios pessoais.
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