A presidente Dilma Rousseff (PT), que
concorre à reeleição, foi questionada, em inúmeros momentos durante
debate realizado nesta segunda-feira (1º), promovido por Folha, UOL, SBT
e Jovem Pan, sobre os rumos da economia do país. Dilma foi cobrada a
explicar os motivos da queda do PIB brasileiro e, pressionada, negou que
o Brasil enfrente uma recessão. "Nós não estamos em recessão, porque o
mercado consumidor ele aumenta por conta do emprego e por conta do
aumento de salários", defendeu Dilma. "A queda da atividade econômica
atual é momentânea.
A seca e o prolongamento da crise
econômica tem um grande impacto", afirmou. "Agora, a economia
internacional não se recuperou da crise. Os Estados Unidos, Alemanha e
Japão também estão ruim. Os EUA tiveram crescimento negativo no primeiro
trimestre. Alemanha e Japão no segundo", disse a candidata. Na última
sexta-feira (29), o IBGE revelou que o PIB brasileiro caiu 0,6% no
segundo trimestre na comparação com os três primeiros meses deste ano. O
resultado do primeiro trimestre foi revisado para queda de 0,2% (contra
alta de 0,2% informado anteriormente). Para analistas, o Brasil está em
recessão técnica. Convidada a comentar a resposta da adversária, Marina
Silva (PSB) acusou a presidente de não admitir os erros. "A candidata
Dilma não consegue fazer uma coisa que é essencial para quem pretende
fazer um segundo mandato: que é reconhecer os erros. Porque se não
reconhece os erros, não tem com o repará-los", comentou Marina. "Ela se
elegeu falando que ia controlar a inflação. Hoje, nós temos inflação
alta (...) e a população paga um preço muito alto pela péssima qualidade
dos serviços públicos. Para o governo, quando tudo vai mal, a culpa é
da crise internacional."
A presidente, então, rebateu questionando a
proposta de Marina Silva, que defende a autonomia do Banco Central.
"Propor como forma de solucionar da crise econômica, a autonomia do
Banco Central pode ser um erro", rebateu Dilma que, novamente, voltou a
exaltar o sucesso da organização da Copa do Mundo para pregar otimismo
em relação à economia do país. "Pessimistas de plantão costumam criticar
tudo. Falavam que a Copa não ia dar certo, mas deu, por causa do
governo e dos Estados. (...) O pessimismo é uma péssima forma de
avançar", completou. O candidato do PSDB, Aécio Neves, também aproveitou
o tema para pressionar a candidata do PT. Em mais de uma ocasião, mesmo
quando era convidado a abordar outros temas, o tucano aproveitou para
alfinetar a gestão atual. "O governo do PT perdeu um longo período que
poderia fazer esses investimentos, parcerias com o setor privado é
fundamental", disse. "Ouvimos a presidente dizer no último debate que
não se preocupa com a inflação. De lá para cá, tivemos a notícia que o
Brasil está em recessão." De acordo com a última pesquisa Datafolha,
Dilma e Marina estão empatadas, com 34% das intenções de voto. Aécio
Neves aparece em terceiro, com 15% da preferência do eleitorado.
Uol
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